A Audiência Pública convocada por iniciativa do ministro Ricardo Levandowski, relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186/2009, movida pelo Partido Democratas contra as cotas na Universidade de Brasília (UnB), já é uma vitória de todos os que, ao longo dos últimos anos, levantaram a bandeira das políticas públicas em favor da maioria da população – que é negra – e que ocupa os piores lugares na pirâmide social, segundo todos os indicadores disponíveis.
Será uma oportunidade extraordinária para que todos os que consideram fundamental este debate para o aprofundamento da democracia no país, façam chegar suas vozes à mais alta instância da Justiça – o Supremo Tribunal Federal; momento de ouro para que, por meio do contraditório que se estabelecerá, os ministros do STF formem ou consolidem opiniões e ou impressões, fundamentais para os votos que proferirão.
Ressalto que nos convém cristalizar o desgaste do Partido autor da ação – o Democratas – herdeiro das posições da Casa Grande, vocalizador do conservadorismo “dejavù”, porta-voz da velha elite patrimonialista e dos privilégios, e em processo de erosão política profunda. Não podemos nem queremos transformar a audiência do STF em palanque político-eleitoral para aprofundar o desgaste do DEM e aliados – em especial, os tucanos, em fase de notória desorientação simplesmente será a ratificação de um processo de destruição deste modo oligárquico e racista de governar.
A causa das Ações Afirmativas – das quais, repita-se, as cotas são apenas uma espécie – é grande e generosa. É o único caminho de um ajuste de contas com a herança maldita do escravismo, 122 anos após a Abolição feita para “inglês ver”; é o caminho para o reencontro do Brasil com a maioria do seu povo – alvo e vítima dos crimes contra a humanidade praticados em 350 anos de escravidão negra.
A causa das Ações Afirmativas não é contra, é a favor do Brasil. Não queremos tirar de ninguém, mas acrescentar. Não queremos privilégios, mas, precisamente, combatê-los para que o país acerte o passo, se torne solidário e com mais igualdade.
Eis a semente que precisamos – nas mais variadas e diferentes intervenções que serão feitas - plantar em plena Praça dos Três Poderes, no coração do Planalto Central, no plenário da mais alta Corte da República. Portanto, não é vencer que precisamos, mas convencer.
Todos ao Supremo
Saudações Socialistas
Bruno Renato Teixeira
Sempre na Luta!!! Sempre!!
www.brunoemmoviment o.blogspot. com
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