No ano de 2010, a universidade convida a todos para celebração dos seus 15 anos de existência. Para não se sobressair como mera debutante, convencionou-se ressaltar também, os seus 38 anos de Ensino Superior no Distrito Federal.
Mesmo assim, nos parece interessante o caráter “début” da celebração no contexto da UCB. Em sua quarta gestão enquanto universidade, a instituição precisa mais do que nunca de um rito de passagem, de mudanças estruturais e não só superficiais. Enfim, a instituição não pode se acomodar com o passado, mas sim, construir uma nova história de lutas e conquistas, tendo por base os grandes desafios da educação superior em nosso país.
Partindo da visão dos 15 anos, como um rito de passagem, entendemos que para além da celebração, a reflexão se faz necessária. De preferência, uma reflexão coletiva, que incorpore os setores e os atores aqui presentes, que seja questionadora do próprio papel da universidade, enquanto finalidade precípua.
Isso, porque se aceitarmos o nosso próprio “status quo” como irrevogável e inevitável, se apenas a partir do que está dado é que devemos compreender todas as possibilidades de experiência universitária, que legitimidade teremos para questionar os demais problemas sociais, sob qualquer aspecto?
Todos concordamos (ainda que para alguns isso seja mera retórica) que a busca do saber é movida por uma inquietação intrínseca ao próprio movimento do conhecer. Portanto, a reflexão sobre os 15 anos da UCB deve ser permeada de uma inquietação, sobre o saber aqui construindo, sobre as práticas aqui disseminadas e, principalmente, acerca da natureza da experiência universitária proporcionada.
Infelizmente, enquanto estudantes, não somos convidados a essa reflexão, apenas a celebração. Corrijam-me se eu estiver errado, mas não lembro ou desconheço algum evento nos últimos seis meses, que se propôs a convidar a comunidade acadêmica a refletir sobre esses 15 anos (senão 38 anos), sobre qual foi o papel da universidade e quais serão os desafios do futuro.
Segundo a atual gestão da Reitoria, o ano de 2010 será marcado pela INOVAÇÃO. Como se chegou a este a conclusão de que a inovação seria o principal desafio desse ano, não se sabe! Afinal, o processo de inovação é uma constante do processo educacional.
O que se sabe é que entra “gestão e sai gestão” da Reitoria da UCB não consegue estabelecer um dialogo permanente entre os atores da universidade. Pouco se discute, mas também pouco se abre para discussão. Nessa medida, seguimos sem nos conhecer, apenas formando o profissional de amanhã.
Será que é isso que queremos por mais 15 anos? Acho que não! Então, que venha a celebração, mas que não falte à reflexão.
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